NOSSA OPINIÃO
Quando fizemos a primeira caminhada no Rio de Janeiro, do Leblon a Ipanema, no dia 31 de julho do ano passado, éramos pouco mais de 200 pessoas protestando contra a corrupção e a impunidade no Brasil. Recebemos palavras de incentivo e alguns aplausos. Mas o que mais ouvíamos era “Isso não vai dar em nada”. O nome “Movimento 31 de Julho” nasceu aí, por ter sido a data do nosso primeiro ato público.
A receptividade foi a mesma quando começamos há alguns meses a campanha SOS STF e a coleta de assinaturas para o abaixo-assinado pelo julgamento do Mensalão. Diziam: Ainda bem que existem pessoas como vocês, mas esse julgamento nunca vai acontecer”.
Bem, agora o julgamento está marcado. Vai começar no dia 2 de agosto. Muita gente continua cética. Falam: “Vai dar em pizza. O Brasil é o país da impunidade. A justiça não alcança os poderosos”. Ninguém sabe, na verdade, se os réus serão considerados inocentes ou culpados. O que desejamos é o que o julgamento seja justo.
O fato de 38 pessoas poderosas sentarem no banco dos réus é uma demonstração de que a democracia brasileira amadurece. Mais que condenar ou absolver os acusados, a sociedade quer que o STF cumpra o seu papel, afirme a independência entre os poderes, e julgue com base nas provas, na doutrina jurídica e na consciência dos seus ministros.